A Lei Paulo Gustavo e seus desafios
Reflexões sobre o discurso artístico diante do aporte financeiro que garante recursos para projetos culturais na cidade de Mauá
Partindo do princípio de que a arte é necessária como
elemento participante da construção do equilíbrio do homem devemos entender que
ninguém vai inventar a roda cultural em Mauá.
Para o homem pré-histórico, anterior à escrita a arte foi um
meio de expressão gráfica. Os sinais deixados, os desenhos, as pinturas e
gravações demonstram que pouco a pouco o homem foi firmando seu poder sobre os
outros animais e impondo sua presença, deixando seus traços, compreendendo,
interpretando, tornando significante os elementos do seu ambiente.
Parece-me oportuno relembrar aqui alguns recursos cênicos
utilizados por jesuítas no Brasil, no período colonial, para evangelizar
indígenas por meio do teatro, mostrando-lhes as belezas do céu aos tementes a
Deus, e as penas e horrores do inferno aos que não seguiam a fé católica.
Valiam-se até de recursos cênicos com efeitos óticos, usando luzes de lanternas
sobre figuras recortadas de anjos, santos, dragões, serpentes e demônios. Tais
práticas continuam sendo utilizadas em Mauá como forma de manutenção de
pequenos poderes.
Em Mauá existe a cultura da vingança e a vingança da
cultura. Não conseguimos avançar, continuamos no período de distribuição de
espelhinhos para demarcar território. Cultura é uma forma de expressão social e
política do homem. Apresenta reflexos de formas de pensamentos, épocas e
vivências sociais. Funciona como retrato de um período de uma sociedade. Sendo
assim cabe aqui a máxima que diz que não podemos dar pérolas aos porcos.
É por essas e outras que para ser um gestor de cultura
precisa-se ter saúde mental. Estar bem consigo mesmo e com os outros. Aceitar
as exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas
desagradáveis, mas que fazem parte da vida. E principalmente entender que o que
é público é público e o que é privado é privado.
Não podemos ser vítimas da ganância de golpistas caçadores
de níquel. Precisamos entender o que significa a Lei Paulo Gustavo em meio ao
aniquilamento e retrocesso cultural de um governo fascista e uma pandemia que
nos transformou em uma terra arrasada.
A cultura da ignorância e a destituição de um conjunto de
valores até pouco tempo considerados essenciais para as vivencias individuais e
coletivas. O desprezo e o estimulado desconhecimento às artes, à história, à
ciência, à filosofia, etc. O desprestígio dos livros e o aviltamento da memória
faz com que a cultura de rebanho se instale e se institucionalize nos órgãos
públicos da cidade.
O pensamento de rebanho, também conhecido como mentalidade
de manada, refere-se à tendência de pessoas simplórias se conformarem ao
comportamento, opiniões e atitudes de um determinado grupo, manipulador, muitas
vezes intitulados como conselhos e gerências, porque não confiam em sua
capacidade de ter pensamento crítico.
Um homem de quarenta e dois anos foi agredido no interior de
São Paulo porque estava abraçado com seu filho de 18 anos. De acordo com o que
se informou, um grupo de jovens se aproximou deles perguntando se eles eram um
casal gay. Mesmo diante da negativa, os dois foram agredidos, e parte da orelha
do senhor foi arrancada.
Nenhum progresso econômico é capaz de amenizar nosso atraso
cultural nem nossa desordem e intolerância e hostilidade aos diferentes.
Uma coisa é lutar pela sobrevivência, estando isolado em uma
ilha (que foi o caso de Robinson Crusoé). Outra bem distinta é viver em
comunidade (ou seja: “con-viver”). A partir do momento em que um outro ser
humano aparece na “ilha”, não há como não tratá-lo como um semelhante. E jamais
você pode fazer com os outros o que gostaria que não fizessem com você.
O mais preocupante é que certas pessoas que, atuam da
maneira como atuam, no gerenciamento da cultura da cidade de Mauá “para fazer o
bem para todos” são forasteiros, caçadores de níqueis e sempre candidatos a
vagas de empregos que lhes proporcionem ordenado e pequenos poderes. É chegado
o momento de desconfiarmos dessas pessoas e suas ideologias totalitárias que
querem criar “seres humanos melhores”! Fuja disso, companheiro (enquanto é
tempo).
Quanto a lei Paulo Gustavo, a quantidade de municípios que
estão perdidos sem saber como geri-la da forma correta é muito grande. Mauá não
seria diferente. Afinal o problema não é ter dinheiro. O problema é ter
dinheiro e não querer distribuir de forma correta e ou distribuir como esmola
ou por dó.
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